Bem-vindo ao mundo de ERUDA
Maercio Lopes lança seu primeiro CD, “Eruda”. Esse trabalho é fruto de mais de 20 anos como músico guitarrista side man, atuando na cena popular e religiosa. Sua formação acadêmica é de Bacharel em guitarra popular e licenciatura em artes.
Eruda é um CD temático, inspirado na tropicália, o maior movimento musical popular que mais inspirou nossa cultura, nascido no final dos anos 60 e começo dos anos 70. Gilberto Gil e Caetano tinha uma ansiedade por mudança na música brasileira, fizeram uma reunião convidando muitos artistas cantores, compositores, escritores e artes plásticas, para se discutir uma inovação da cultura popular. A partir disso nasceu a Tropicália; movimento esse que buscava universalizar nossa cultura com o que acontecia com outras culturas no mundo. Eruda vem universalizar como um CD solo de guitarrista, com arranjos inusitados e maneiras diferentes de tocar seu instrumento, ‘Plugado’ não só a guitarristas, como a diferentes compositores, instrumentos e instrumentistas e culturas diferentes; ‘Equalizando’ o sagrado e o ‘profano’ encontrando o que é de bom nesse último. Em uma entrevista, Caetano fala do maior legado que a tropicália deixa é a “indefinição de propósitos” ou seja, não segue uma linha pra defender como um gênero musical somente. Quando escutamos o CD tropicália, não define-se como um estilo, ele é a diversidade de estilos, “onde as diferenças são riquezas” (Nelsinho Corrêa) . E é esse o tema que inspira o CD Eruda, onde une diversos estilos rock, jazz, samba, forró, reague, black music, música religiosa e música contemporânea, valorizando acima de tudo a cultura popular brasileira. A maior parte do CD é composto por músicas instrumentais, sendo algumas músicas cantadas e poesias, textos musicadas pela música concreta. O autor reuniu diversos músicos que já tocaram ao longo de sua carreira. São 18 faixas, cada faixa do CD Eruda tem uma formação diferente, não se repetindo entre as mesmas. Todos arranjos são do autor, onde mostra composições próprias e de outros compositores da cena popular.
Músicas Cantadas
A arte sempre há de resistir (faixa 1)
Letra e música do ‘David Silva’, onde retrata a importância da arte, que sempre resiste em meio às diversidades que ela tem de enfrentar para poder continuar e chegar até os povos, emocionando, alegrando e fazendo refletir. A arte onde Deus se manifesta através do artista mostrando sua toda sua beleza. Precisamos da arte pra sobreviver. Essa é faixa que abre o CD Eruda, seguindo a moção de João Paulo II em sua encíclica ‘Carta aos artistas’.
Tira essa tristeza (faixa 12)
É uma letra curta, inspirada na música do Tim Maia, por exemplo ‘do leme ao pontal’, ‘Vale tudo’, ‘Você...’, que tem grande acessibilidade para chegar as pessoas; "Tira essa tristeza do olhar, deixa esse medo vem cá, se isso não te faz bem, mas com amor fica bem". Nessa música se reuniu muitas vozes, cantores e não cantores profissionais, valorizando a essência de cada um.
Madame Tsunami (faixa 14)
Música de Erick Vansohten, cantor e compositor de João Pessoa. Na letra, o autor vem trazer de maneira descontraída pra falar da ‘mulher’ através dos ‘deiticos’que são maneiras diferentes de se expressar, para se aproximar do verdadeiro sentido, quando pronunciado. Na mesma, Maercio Lopes faz arranjo para metais, e ‘quebra’ um paradigma para a improvisação que começa antes de elucidar o tema.
Faixa Bônus
Após o termino da faixa 17, ‘A re-volta da Asa Branca’, passado alguns segundos, encontra-se “Música entre amigos” que foi feita em parceria com Alberto Araújo, do Rio de Janeiro. A gravação, sonoricamente falando, não há a pretensão de qualidade, pois a mais perfeita pureza e verdade que pode nascer uma canção é aquela que foi feita em um simples gravador, onde não tem mesa de som ou técnico de gravação, e é assim que está registrada. Música entre amigos é uma letra cristã evangelizadora que foi gravada e composta trocando e-mails pela Internet.
Músicas instrumentais
(foram diversos pensamentos que inspira cada composição. Aqui se explica o contexto que foi criada cada faixa do CD).
Eruda (faixa 2)
Tema do CD. Eruda é uma maneira informal pra dizer erudito. A música é um erudito fazendo uma fusão com o popular, onde o autor, através dos solos, usa elementos da música erudita ou seja, frases, escalas usadas no período barroco, romântico e clássico, mas que na verdade o que prevalece é o popular na sua interpretação e composição. Com isso, o autor vem dizer “somos o que somos” e seja o que você é.
Matsu (faixa 4)
É uma música feita para um amigo seu, Leandro Matsumoto, mostra os muitos caminhos que ele passou, contando sua história através da música instrumental. Ele vem contando sua história usando Matsu como um personagem, que por muitos caminhos o amor de Deus sempre estava com ele. Seu estilo ‘Jazz drum n bass’ com DJ fazendo scraches.
Petrucci no frevo / Dodosmar (faixa 7)
É um frevo em homenagem aos precursores do trio elétrico, Dodô e Osmar. John Petrucci, primeiro tema, é guitarrista da banda Dream Theater, grande banda de rock progressivo. Nessa faixa, o autor interpreta elementos do guitarrista, na visão do frevo. Esse foi um seguimento nas músicas que se tocavam no começo do trio elétrico com Dodô e Osmar, trazendo pra suas músicas artistas que não eram do frevo e que transformava em frevo.
Nada pode nos separar (faixa 5)
Essa canção, o autor nos mostra, através da frase do apostolo Paulo “Quem poderá nos separar do amor de Deus?” que não importa onde o como estamos, o amor de Deus sempre nos acompanha. No final da faixa, um garoto recita em inglês “Eis que estou convosco até o final dos tempos”, garoto que perdeu a mãe com câncer muito jovem, vive com seu pai no alcoolismo. Esse garoto pode não entender, mas Deus está com ele, dando forças, e nada o pode separar do seu amor que supera tudo.
Aos Políticos (faixa 8)
É uma canção de protesto, para os maus políticos do nosso país, muitas vezes corruptos e omissos, que pode fazer o bem, mas usa do poder para beneficio próprio, esquecendo-se para o que realmente está, eleito pelo povo esperançoso. O autor desabafa isso na canção. No arranjo, se une instrumentos da música popular com erudito pelos instrumentos de cordas (violinos e cello).
Fica o amor de Deus (faixa 10)
Música feita com dois violões. Ela mostra, na história humana, que passam pessoas em suas vidas, deixando o que é de bom no amor, onde Deus assume vários rostos e acontecimentos pelos pais, amigos, parentes, professores... Deixando o amor de Deus.
A re-volta da Asa Branca (faixa 17)
É um baião, mostrando um pouco de sua cultura raiz. Seus pais são de Carnaíba (Pernambuco), terra de Zé Dantas, compositor que fizera muitas músicas com o rei do baião, Luiz Gonzaga. Essa música tem a participação de um grande sanfoneiro, Beto Hortiz. Nesta obra, o autor faz instrumentos típicos do trio de forró: zabumba, triângulo e percussão, tudo feito na guitarra. No final, segue uma Literatura de Cordel, narrada pelo mesmo compositor, Costa Senna, chamada ‘Fim da Ambição’.
Juninho Groove (faixa 16)
Tema do Juninho Freire, o mesmo que toca bateria e baixo. É uma salsa que não é gravada por instrumentos de percussão, natural de uma típica salsa. O mesmo é executada com maestria por Juninho Freire preenchendo satisfatoriamente na bateria. Alguns bateristas, quando se propõem a compor para instrumentos harmônicos, como Nenê, Jack Dejonete, Brian Blade, assim como Juninho Freire, encontramos elementos diferentes nos seus arranjos, que não encontramos em um músico que compõe para instrumento harmônico, piano, guitarra, etc. Esses bateristas compõem com muita liberdade e inocência.
Deixem o Coltrane em paz (faixa 15)
John Coltrane, o maior improvisador na história do Jazz, onde unia a música e espiritualidade. Música do guitarrista paulistano Michel Leme. Gravação que foi feita por 3 guitarras semi-acústicas, improvizada por Michel Leme, Flavio Silva e Maercio Lopes, seguindo esta ordem de improviso na gravação.
Sobre os interlúdios
Entre as músicas que citamos acima, foram gravadas interlúdios, faixas curtas com diversas formas e jeitos diferentes de ver música, com poesias e pensamentos filosóficos. Em um desses interlúdios chamado “Contraponto poético” (faixa 13), recomenda que se escute com fone de ouvido, pois foi dividido as vozes L e R (esquerda e direita, estéreo). “Fotografia” (faixa 9) mostra a inocência da criança, que as vezes é perdida e roubada no tempo. Eliane Morais retrata isso muito bem com seu retrato de quando era criança. O texto recitado foi escrito por ela já adulta, no lado contrário da fotografia que vemos no encarte do CD. “Carro de boi” (faixa 3) é uma gravação de seu pai, Alaecio Lopes, gravada sua composição escondidamente em sua casa. A importância de Maercio Lopes nesta música, não se encontra na qualidade e no cuidado que se deve ter em uma gravação, mas simboliza seu começo de carreira, em que ele fazia apresentações com seu pai desde os seus 5 anos de idade. Também encontramos os interlúdios “Convivência” (faixa 6), poesia escrita por Maercio Lopes e ‘Bença Padim’ (faixa 11), uma carta escrita por sua afilhada, recitada por uma menina de 6 anos. No final, canta um trecho de uma música da cantora e compositora católica Ziza Fernandes, “Hoje eu sei que Deus me ama, muito mais que eu possa cantar...”
Referências para o CD Eruda
Fabio de Melo (Tom de Minas), De mãos unidas (Canção Nova), Ricardo Sá (Above All Things), Irmã Glenda.
Disco Tropicália, Os primeiros discos de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Gal Costa de 1968 a 1972, Os Mutantes, Wheather Report (Heavy Whether), o primeiro CD solo de Jaco Pastorius, Pat Matheney (Zero tolerance), Frank Gambale, John Scofield, George Benson, Hélio Delmiro, John Coltrane (Love Supreme), Sonny Rollings (All the things you are), Érick Trufaz (The mask), Beatles (álbum branco e Sargent pepers lonely hearts club band), Jimi Hendrix (Electric Ladyland), Clube da Esquina 1 e 2, Armandinho (A cor do som), Tim maia (Racional), Paulinho da viola (1971), Rosa passos (azul), Ivan Lins (saudades de casa), Luiz Gonzaga, Jackson do pandeiro, Fugges (The Score), Sting, Apocalliptica.
Compositores como: John Cage, Varesi, Strawinsk, Stokhausen, Mozart e Bach.
Filmes: Pulp Ficcion, Francisco, Antes Que Termine o Dia e O Som do Coração.
Sobre a apresentação do show
As músicas que compõe o CD Eruda é de música instrumental. Tem o desafio de levar essa música (juntamente com as cantadas que tem comunicação rápida com o público popular) de maneira ‘didática’, ou seja, é de rápida assimilação, ao contrário de uma música instrumental mais restrita, muito embora possua esses elementos. Uma música que convive com o Erudito e popular com a cultura popular, com pensamentos para o público sem perder a musicalidade e ‘Erudição’ na execução.
O repertório traz as músicas do CD e canções da cena popular, ligado à proposta do mesmo.
Tem a formação: Maercio Lopes - Guitarra, Violão, Violão de 12 cordas e Vocal.
Renato Palão - Teclado, Guitarra, Samplers e voz.
Rangel - Baixo e Voz.
Roger - Bateria e Percussão.
FAIXAS DO CD:
01. A arte sempre há de resistir
02. Eruda
03. Interlúdio: Carro de boi
04. Matsu
05. Nada pode nos separar
06. Interlúdio: Convivência
07. Petrucci no frevo / Dodosmar
08. Aos Políticos
09. Interlúdio: Fotografia
10. Fica o amor de Deus
11. Interlúdio: Bença Padim
12. Tira essa tristeza
13. Interlúdio: Contraponto poético
14. Madame Tsunami
15. Deixem o Coltrane em paz
16. Juninho Groove
17. A re-volta da Asa Branca
18. Música entre amigos (faixa bônus)